sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Sutilezas londrinas: as cantadas


Tenho uma amiga que odiava o comportamento dos homens londrinos. Acostumada a "pedreiragem" que reina no Brasil, ela se produzia toda na capital do Reino Unido, saía toda empetecada, e... nada! Nenhum assovio, nenhum elogio... nada! Quando foi a Itália, essa mesma amiga relatou que quase era atacada na rua!

Pois bem, sobre essas sutilezas que só acontecem em Londres, reproduzo aqui o testemunho de Katemari, que exemplifica m pouco das diferenças entre um país e outro:

"
Bem, eu vejo que há duas coisas: uma é em relação às cantadas, outra sobre as pessoas em geral ficarem dando fé da vida da gente ou não.

Quanto à primeira, pode ser uma questão de 'apurar' a percepção para um outro tipo de cantada, aquela que não é vulgar, aquela que não te comem com os olhos, aquela não é extremamente machista e trata a mulher como objeto passível de qualquer tipo de comentário. Para esse tipo de cantada, mais comum quanto mais machista for a sociedade em questão - pela minha experiência e pela teoria -, realmente Londres não tem muito espaço APESAR de também acontecerem, e muito. Pergunto aí para as meninas da comunidade se nunca se sentiram fortemente - e desagradavelmente - assediada por alguns determinados imigrantes.

Na boa, quanto ao quesito cantada, eu acho Londres um lugar fantástico, o mesmo não digo da Itália. Aquelas coisas bobinhas e clássicas de perguntar a hora e emendar papo. De iniciar conversinhas esperando ônibus. Do cara mudar o sentido em que andava na calçada pra esbarrar "sem querer" e, denovo, começar um papinho. Eu adorova e me divertia. Mas é uma questão cultural.

Em relação ao prestar atenção na vida alheia, por Deus, eu amava isso em Londres. Coisa boa não ter que dar explicação pro atendente da padaria da esquina! Nem saber que os vizinhos ficam observando a movimentação no teu apartamente e, se duvidar, fazendo anotações em casa para criar um perfil da gente. E não precisar se preocupar se estamos ou não repetindo uma mesma roupitcha num evento.

Para mim, nós, brasileiros, somos muito invasivos - no nordeste então, pior ainda! E é engraçado que o povo que vem de fora adora. Sente isso como preocupação com o outro, como hospitalidade, calor humano. E, novamente, vejo como uma questão cultural."

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